O crédito com garantia, que usa um bem – seja ele um imóvel, um carro

O crédito com garantia, que usa um bem – seja ele um imóvel, um carro ou até mesmo um investimento em previdência privada – como uma espécie de seguro de pagamento, vem crescendo rapidamente no Brasil. O Crédito com Garantia de Imóvel (CGI), por exemplo, cresceu mais de 70% nos últimos 12 meses, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). 

O home equity, como também é conhecida essa modalidade, utiliza imóveis como lastro para financiamentos oferecendo taxas de juros mais baixas do que as formas tradicionais, além de prazos estendidos, de até 20 anos, atraindo tanto pessoas físicas como jurídicas. 

Segundo Sandro Gamba, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), esse “é um produto recente no Brasil, mas com potencial para dobrar em menos de cinco anos”. Em 2024, o volume de CGI já soma R$ 23 bilhões, com expectativa de crescimento acelerado, impulsionado pelo Marco Legal das Garantias, que permite o uso de um mesmo imóvel como garantia para múltiplos empréstimos.  

Até setembro deste ano, o volume de crédito garantido por imóvel somou R$ 7,95 bilhões. Para comparação, a produção do mês de setembro de 2023 foi de R$ 640 milhões, contra R$ 1,17 bilhão de 2024, sendo quase o dobro de um ano para o outro – sem o impacto do Marco Legal das Garantias, que começou a valer em outubro. 

Bruno Crocco, empresário de São Paulo, optou pelo CGI para reformar seu apartamento e investir em sua empresa de meios de pagamento. A modalidade foi escolhida após comparar com outras opções de crédito, onde as taxas eram significativamente mais altas. “Consegui viabilizar a operação com a garantia”, afirma Crocco. 

O empresário Luciano Costa, de Goiânia, também escolheu essa modalidade para renovar o maquinário de sua marca de cosméticos, utilizando um imóvel alugado como garantia. “Achei interessante as parcelas e os juros mais baixos”, comenta. 

O CGI funciona como no jogo Monopoly, mas na realidade o crédito não pode ultrapassar 60% do valor do imóvel, podendo ser usado para renegociação de dívidas e investimentos. 

O Santander é um dos principais players, liderando o segmento privado com linhas para múltiplas alienações. Outras instituições, como Caixa Econômica Federal e Itaú, também oferecem crédito com garantia de imóvel, com taxas variando entre 1% e 1,5% ao mês, menores que o crédito consignado e pessoal. 

Os custos adicionais incluem avaliação do imóvel e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Luis Felipe Carchedi, da Oxy Companhia Hipotecária, vê o CGI como oportunidade para quem tem imóvel quitado e busca crédito com menor risco. 

Já Ana Maria Castelo, da FGV IBRE, alerta para o planejamento necessário ao contratar CGI, recomendando uso para emergências e não para despesas correntes. A alta da Selic exige cautela na escolha das condições de crédito. 

Fontes: O Globo e Money Times

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